sexta-feira, abril 27

Discutindo a Relação

No sábado passado fui a um churrasco do pessoal do trabalho na Barra da Tijuca.

Tinha samba e cerveja, logo eu me diverti muito. Como de praxe, eu tirei algumas senhoritas para dançar, sem intenção nenhuma.

Uma morena mais ousada resolveu conferir com as mãos e as coxas aquilo que todo mundo aqui só viu através de foto(e mesmo assim, em penumbra). Como estava bêbado, eu fui deixando, deixando, deixando... Fui pra casa dela e passamos a noite juntos. E o dia seguinte também.

A Maria e a Alice são duas amigas quase irmãs pra quem eu conto tudo que acontece. A Bárbara também é assim, só que ela sente ciúmes de mim com minhas outras amigas e outras mulheres também. Então, a coisa com a Bárbara funciona mais ou menos assim: Se eu sair com um cara e fizer horrores com ele, tudo bem, posso contar pra ela. Mas se acontecer uma vez na vida, outra na morte, de eu sair com uma garota, nem pensar em contar pra ela! É quase que uma traição. Eu não tinha me dado conta disto até hoje de manhã quando ela passou lá em casa para tomar café comigo.

Na quarta-feira à noite eu fui tomar um chope com a Maria. A Bárbara me ligou e eu disse que estávamos no Jobi e ela apareceu lá pelas tantas. Eu já tinha contado da garota de sábado para a Maria, então ficamos quietos quando a Bárbara chegou. Hoje de manhã, durante o café ela mandou:

- Por que você e a Maria estavam tão cheios de segredos na quarta-feira?

- Nada demais.

- Sei.(Toma uma golada de café). Onde você estava no sábado a noite que eu cansei de te ligar?

- Ah, saí com uma pessoa.

- Uma pessoa?

- Sim, uma pessoa, uma garota que eu conheci num churrasco do trabalho.

- E não ia me contar?

- Pra quê? Não foi importante pra mim...

- Ah, mas pra Maria você contou.

- Hum, desde quando te devo satisfação da minha vida sexual? Que te deu agora?

- Nada, só pensei qeu fôssemos mais amigos. E pode parar de ser grosso?

- Não é ser grosso, tô te mandando a real. Você chega na minha casa as 7 da manhã só pra jogar um verde, colhe maduro e quer que eu dê uma de cínico? Ou que fique na defensiva? O que é? Posso comer todos os homens da cidade, mas se eu sair com uma garota cometi um crime?

- Garota não, uma vadiazinha sirigaita que se ofereceu a você.

- Ah, tá com ciúmes, né?

- Eu, do meu melhor amigo gay?

- É. Vai negar?

- Você é um ridículo Mantler, ridículo.

Terminou o café e foi embora sem falar comigo. Não atende o celular. Posso?

As melhores amigas dos gays precisam entender de uma vez por todas que de vocês só queremos mesmo amizade. Aliás, não só de vocês, amigas, mas dos amigos também. Eu não tenho vontade de fazer nenhum dos meus amigos, sejam mulheres ou homens.

Talvez nem seja este o caso da Bárbara, mas sinto que no fundo ela nutre uma paixão impossível por mim, e isso de alguma forma me preocupa porque ela é a pessoa que está mais tempo comigo e existe uma relação de cuidado muito forte entre nós. Se um dia eu tiver um filho, gostaria que fosse com ela. Enfim, é uma relação de amor, mas precisamos conversar melhor e aparar algumas arestas.

Que comédia. Talvez eu seja o único homem solteiro há quase três anos que precisa discutir a relação.

PS.: Vou para BH amanhã cedo e só volto na terça-feira. Bom feriado a todos!

quinta-feira, abril 26

Bonito, eu?



Este post é uma retribuição ao carinho daqueles que dizem que eu sou bonito, lindo e afins...


Eu disse que não era, mas ninguém acreditou. Minha grande amiga Bárbara diz que eu estou parecendo Jesus Cristo quando acorda.


Aproveitem! Serve para espantar não só mosquito, mas também o mau olhado!

Esta foto é na Argentina e foi tirado na grande aventura da minha vida em que eu e mais três amigos percorremos 6 mil kilômetros de bicicleta pela América do Sul, passando pelo Uruguai, Paraguai, Argentina, Bolívia, Peru, Colômbia, chile e Venezuela.

Qualquer dia eu conto mais sobre essa "loucura".


Ps: Mamãe me acha bonito anyway.


UPDATE:


A IMAGEM ANTERIOR FOI CENSURADA. VOCÊS CONSEGUEM DEIXAR ATÉ UM CARA DE PAU, COMO EU, SEM GRAÇA.

quarta-feira, abril 25

MSN Parte 3

Aconteceu, no êmi éçi êni.

MalhadoBarra30a: Vi teu msn no blog e te add. De onde tc?
Mantler: Leblon.
MalhadoBarra30a: Eu da Barra. Idade?
Mantler: 30.
MalhadoBarra30a: Altura?
Mantler: 1,89m.
MalhadoBarra30a: E o pau?
Mantler: O que tem o pau?
MalhadoBarra30a: Quanto mede?
Mantler: Sei lá, oras.
MalhadoBarra30a: Como assim não sabe?
Mantler: Nunca precisei medir.
MalhadoBarra30a: Curte o q?
Mantler: Muita coisa.
MalhadoBarra30a: Tipo?
Mantler: Cinema, teatro, vôlei, natação...
MalhadoBarra30a: Quero saber se é a ou p?
Mantler: Pra quê quer saber?
MalhadoBarra30a: Pra saber se somos compatíveis.
Mantler: Não somos.
MalhadoBarra30a: Como sabe?
Mantler: Você não faz meu tipo.
MalhadoBarra30a: Você nem sabe como eu sou.
Mantler: Sei sim. Você é do tipo que faz pegação na internet.
MalhadoBarra30a: E você, não?
Mantler: Não.
MalhadoBarra30a: Então tá a procura do quê?
Mantler: De nada.
MalhadoBarra30a: Como nada?
Mantler: Ué, quem está procurando é você...
MalhadoBarra30a: Tá me fazendo de babaca é?
Mantler: E preciso?

(Pausa)

MalhadoBarra30a: Se não tá a fim, pra que responde?
Mantler: Porque você pergunta e porque não sou mal educado.
MalhadoBarra30a: Quer bancar o engraçadinho ou dar uma de fodão?
Mantler: Só tenho estas duas opções?
MalhadoBarra30a: Vai se fuder palhaço! A internet tá cheia de escrotos atrapalhando a vida dos outros. Tô te bloqueando pra não ser mais incomodado.
Mantler: Incomodado? Você? Como assim?

(Fim)

Depois o louco sou eu.

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Confissões Musicais


Eu li ontem no blog da Monalisa um post onde ela pergunta "Você confessa quais músicas ouvia?".

Eu confesso. Confesso que ouvi muita Sandra de Sá, Fábio Jr., Roupa Nova, Placa Luminosa e Roberto Carlos. Eu ouvia tudo que as FM's lançavam. Quando era criança eu passava muitas tardes na companhia das empregadas e elas estavam sempre ouvindo as rádios consideradas bregas. Melhor que hoje em dia, porque agora elas só ouvem rádios evangélicas.

Eu lembro de algumas músicas que me marcaram nesta época. "Lua e Flor", do Oswaldo Montenegro(Eu amava como algum cantor de qualquer clichê, de cabaré, de lua e flor), "Bye Bye Trsteza", da Sandra de Sá, "Volta Pra Mim", do Roupa Nova(Eu te amo e vou gritar pra todo mundo ouvir...) e Caça e Caçador, do Fábio Jr.

Confesso que ouvia e gostava. Gosto até hoje. Não posso beber e encontrar um videokê, que eu mando ver!

Mas tem uma do Rei Roberto que poucas pessoas lembram, e que eu adorava: "Se diverte e já não pensa em mim". Engraçado é que eu fui procurar a letra da música no google enquanto escrevia este post e dei de cara com a seguinte declaração do Cazuza:

"Eu andei um tempo afastado do Roberto(Carlos), mas agora voltei a achar o trabalho dele demais. Eu estou sempre cantarolando 'se diverte e já não pensa mais em mim', a nova música dele. O Roberto Carlos é uma pessoa importantíssima para mim, porque faz parte da minha infância. " Revista Manchete, Cazuza, 04/fevereiro/1989

Se Cazuza pode, eu também posso. Adoro confissões.

Reparem que na letra da música, a dama usa o "fax" e o "telex". Retratos de uma época que não volta mais.

Se Diverte e Já Não Pensa Em Mim
Roberto Carlos

De manhã vai pro trabalho
Apressada nem se lembra que eu existo
E na pressa dos seus passos
Pisa o coração de quem sofre com isto
Bate a porta do seu carro, liga o rádio
Canta junto os sucessos do momento
E se esquece que até bem pouco tempo
Me cantava seu amor, seu sentimento

Agitando todo dia
Me deixando cada vez mais esquecido
Usa o fax e o telex
Movimenta-se sensual no seu vestido
Às seis horas ela fala ao telefone

Muda o tom da voz, disfarça num sorriso
Um convite pra jantar
Um lugar aconchegante, depois dançar

Se diverte e já não pensa em mim
Não pensa em mim, não pensa em mim
Se diverte e já não pensa em mim
Não pensa em mim, não pensa em mim

Posso compreender
Tudo teve fim
Mas essa indiferença
É o que dói demais em mim

Corre a noite, é madrugada
E o meu pensamento aumenta o meu ciúme
Imagino ela dançando
E um outro desfrutando o seu perfume
Eu não quero imaginar o fim da noite

Qualquer coisa a mais eu não suportaria
E prefiro acreditar na ilusão de ela voltar
Mas que ironia

Se diverte e já não pensa em mim
Não pensa em mim, não pensa em mim
Se diverte e já não pensa em mim
Não pensa em mim, não pensa em mim

Posso compreender
Tudo teve fim
Mas essa indiferença
É o que dói demais em mim

terça-feira, abril 24

Enquanto isso, na Mundial

Bispo Waldomiro, especialista em enganar pobres
Detesto religiões. Todas elas, sem exceção, são para mim grandes piadas. Não sou ateu. Na verdade nem sei o que sou, mas eu acredito que Deus(talvez) exista. Nada desse negócio de energia também. Acho que se Ele existe, existe mesmo. Ou seja, Ele pensa. É inteligente. Mas sinceramente, acho que não está nem aí pro que acontece nesse ponto microscópico do Universo chamado Terra.
R.R. Soares, especialista em curar dor-de-cabeça

Mas sem(!) todo o respeito que se deve a uma religião, dentre todas as asquerosas formas de religiosidade que existe no mundo, acho que ainda não inventaram nada pior do que os neo-evangélicos. Fico impressionado como as pessoas deixam-se levar por estas seitas que não fazem mais a menor questão de esconder quem realmente são e o que querem: Dinheiro!

Eu sou taxativo e preconceituoso confesso. Acho que é uma religião de gente ignorante e sem cultura. Podem me criticar, mas é o que penso.


Sônia Hernandes, especialista em enganar a classe média


Todos os dias eu acordo com o auto turn-on da minha TV. E sempre no horário que acordo está passando o programa de uma tal "Igreja Mundial do Poder de Deus". É uma igreja fundada por dissidentes da Universal do Macedão. Na verdade é um grupo de pessoas que cansaram de ganhar pouco na antiga Igreja e resolveram montar seu próprio negócio.

Para quem não sabe, abrir uma Igreja no Brasil é um procedimento simples e que exige pouquíssima burocracia. O negócio é altamente lucrativo e se você tem uma boa capacidade de encantar platéias, o retorno financeiro é garantido. E detalhe benhê... isenção de impostos!

Bispo Macedo, o maior charlatão da história da religião


Hoje de manhã, enquanto tomava banho e comia alguma coisa eu fiquei ouvindo o tal Bispo Waldomiro(nome de pobre, básico) enganando sua platéia formada em sua maioria esmagadora de pessoas sem o ensino básico completo. Segundo ele, alguns pastores iriam subir um "monte"(que na verdade é uma favela no subúrbio) e ficariam lá durante 24 horas orando pelas doações das pessoas. Resumo: Você dava alguma grana pra eles e antes deles meterem a mão nela, seu dinheiro sobe o morro e fica sendo rezado durante 24 horas. Segundo o "bispo", depois deste período a pessoa "com certeza irá prosperar".

Depois de quase 15 minutos arrancando dinheiro dos otários, o Bispo começou a sessão de testemunhos de milagres. Consiste em chamar alguém da platéia para contar o que "Deus" fez por ela. Os cultos são sempre feitos em galpões improvisados, sem conforto nenhum e lotados daquelas Suellens e Udissons que o Jôka já citou algumas vezes em seu blog.

- Seu nome?
- Ariovaldo.
- O que aconteceu com você?
- Pastor, eu tava cum processo "trabalista" na justiça e pra mais de ano que num arresolvia. Aí eu fui na concorrente(a Universal) e me mandarum fazê corrente de sete semanas e subir trêis monte, mas nada funcionou. Aí eu vim aqui na "Mundial". Na segunda semana eu já consegui o que eu procurava.
- Tá vendo irmãos? Estava há muito tempo indo na concorrência e nada adiantava. Mas aqui na "Mundial" eu garanto que Deus faz!

Juro. O diálogo foi este, sem tirar, nem pôr. Sinal dos tempos. Antes os crentes ficavam catando adeptos nas outras religiões. Agora disputam entre si.


Passos para montar uma igreja:

1 - Escolha um nome que passe algo grandioso. O nome deve seguir o padrão "Igreja" + "Adjetivo que indique alcance de larga escala" + "característica divina" + "de Deus". Exemplos: Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Internacional da Graça de Deus e Igreja Mundial do Poder de Deus.

2 - Alugue um galpão no subúrbio. Quanto mais pobre for o lugar, mais rápido o galpão ficará lotado.

3 - Contrate atores de pegadinha para incorporarem espíritos para suas sessões de exorcismo.

4 - Cite a bíblia, mas aumente ou adeque os escritos de acordo com sua vontade, sem se preocupar pois ninguém vai mesmo ler.

5 - Peça muito, muito dinheiro. Lembre-se de enfatizar que é dando que se recebe e que quem faz mais sacrifícios é mais recompensado por Deus.

6 - Tenha um programa de TV.


Tem enganação pra todos os gostos: RR Soares, uma espécie de Sílvio Santos dos crentes, que promove sessões de milagres em seus programas de auditório. As doenças curadas são sempre dor-de-cabeça ou "caroço", sejá lá o que isso for. Parece ser a especialidade dele. Tem a Sônia Hernandes, a tal que chama de Jesus de "gatinho" e "quentinho", que é acusada de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e recentemente foi presa nos EUA. Esta é especialista em enganar a classe média. Tem o Macedão cujo império está aí pra quem quiser ver. É o maior charlatão da história da religião. Um empresário como poucos há no mundo.

E, volta e meia, ainda aparecem uns malucos dizendo absurdos como este: "Carne de porco provoca homossexualidade"

Dá para levar alguma religião a sério?

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segunda-feira, abril 23

MSN Parte 2

Estou carente.

Adicionem-me no MSN, por favor.

rmantler@hotmail.com

Hoje preciso de um bom papo.

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Audiência

Meu post passado foi o recordista em número de comentários.

De vez em quando vou apelar para subir a audiência.

Ha ha ha.

sexta-feira, abril 20

Rostinho Bonito


Ricardo Mantler, by Otávio Azevedo(Tavinho).

Foto de março de 2006. Tavinho fez uma exposição de fotos sensuais onde todos os fotografados eram seus amigos. A exposição, numa sauna aqui do Rio, ficou um mês em cartaz. Deu o que falar.

Não sou só um rostinho bonito, viram? Mas se observarem com afinco, perceberão que eu fazia careta no momento da foto.

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Folhas Secas


Fotografei esta folha há duas semanas atrás no Jardim de Alah.
Era cerca de meio dia de sexta-feira. Trânsito infernal na Ataulfo/Visconde.
A folha sobre uma poça d'água parece flutuar sob um grande lago de águas serenas. Aprendi há um tempo atrás com um grande amigo que é possível ver beleza onde menos se imagina. Basta concentrar-se em um ponto específico e exercitar sua imaginação.
O Rio de Janeiro é exatamente isso. Uma sensação equivocada de paraíso causado por belas paisagens que ofuscam o caos.

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quinta-feira, abril 19

O Sonho





Sonhei esta noite que um homem branco, alto e aparentando trinta anos estava na minha sala olhando fixamente para mim. Eu ia até a janela e olhava as pessoas na rua. Ele permanecia ali, calado, me observando.

Em determinado momento ele me disse que estava ali para me salvar.

Eu perguntei: Salvar do quê?

- Do desespero, do pesadelo, da perda da capacidade de sonhar.

- Mas eu não preciso ser salvo de nada disto.

- Então porque você me trouxe até aqui?

Só então percebi que era o Bernardo(felizmente não era Jesus, vide comentário anônimo do post anterior).

Acordei.

Deitei no sofá e coloquei um CD antigo do Madredeus. Custei a dormir de novo.

Adriana Calcanhoto tinha razão. Tem dias(ou noites) em que o inverno(ou outono) aqui no Leblon são quase glaciais.

Ou será que eu estou gelado por dentro?

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O Sonho(Madredeus)
Letra e música: Pedro Ayres Magalhães

Quem contar um sonho que sonhou
Não conta tudo o que encontrou
Contar um sonho é proibido

Eu sonhei um sonho com amor
e uma janela e uma flor
uma fonte de água e o meu amigo

E não havia mais nada...
só nós, a luz, e mais nada...

Ali morou o amor
Amor que trago em segredo
Num sonho que não vou contar
e cada dia é mais sentido

Amor,
eu tenho amor bem escondido
num sonho que não sei contar
e guardarei sempre comigo

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quarta-feira, abril 18

La Flor de Mi Secreto




"La Flor de Mi Secreto" ou "A Flor do Meu Segredo", título em português, se não é o filme da minha vida é pelo menos o que eu assisti o maior número de vezes. Hoje não fui trabalhar só para ficar em casa na deprê.


Basta eu ficar assim para o filme sair da estante para o DVD player.


Quando ouço "Ay Amor" naquela maledeta cena do filme, também tenho vontade de dizer: - Ay amor, no me dejes vivir.


Só eu e Bola de Nieve entendemos o que é isto.


E tem mais: Daqui a pouco eu vou assitir "Closer". Se eu estiver vivo té o fim do dia, eu aviso.
UPDATE: 17:11
Até agora já comi duas barras grandes de chocolate e um sacão de pipocas de microondas. Estou mal ou não estou?

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Virando a Página

Eu sou muito tranqüilo.

Durante minha curta existência aprendi a lidar com todo tipo de situações.

Aprendi a conviver com as loucuras e os problemas pessoais de cada um.

Sou capaz de perdoar muita coisa.

Só não me venha fazer de idiota. Isso eu não tolero! Odeio me sentir enganado.

Mas não sou de baixar o nível. Simplesmente finjo que não existe.

PS.: Por tempo indeterminado estarei atendo apenas as ligações que me interessam devidamente identificadas pelo BINA.

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terça-feira, abril 17

Marlboro


Eu comprei um maço de cigarros no sábado passado.


Estou quase no final.


Odeio me render às tentações, mas vinho sem fumo é uma afronta ao meu impulso hedonista.


Prometo a mim mesmo que não comprarei outro, salve em ocasiões extraordinárias. Mas prometo também que não me furtarei de comprar nestas ocasiões.


Pior do que morrer por causa de um prazer é viver sem ele(morrer sem ele, nem se fala!).

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Fragmentos

**** Censurado

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segunda-feira, abril 16

O Deserto


Única foto que o Felippe me deixou divulgar.

Uma pena, ficaram lindas.
UPDATE: Não quero mais olhar esta foto. É isto!

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Notícias

Fim de semana foi perfeito. O clima ameno da Serra aproxima os corpos e te mantém na cama por muito mais tempo.

Durante o dia, passeio a cavalo, banho de cachoeira e um pequeno giro pela cidade.

Almoço fantástico. Vale a pena subir a serra só para ir ao "Locanda Della Mimosa".

À noite teve queijos e vinhos. Uma coisa privê, sabe? Bom demais.

Ontem apesar da preguiça, passamos a tarde toda no estúdio de uma grande amigo, fotógrafo, do qual sou fã desde sempre. As fotos ficaram lindas, só precisam alguns retoques, claro.

Aí chega hoje de manhã e ao abrir minha caixa de email... Bernardo. Um email arrasa-quarteirão. E fico sabendo que ele vem passar julho e agosto no Brasil.
E agora?

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Sei não, mas acho que a Doris Giesse ficou com inveja da Ariclê Perez.
Aqui ó!

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sábado, abril 14

Ai que Susto



Muito útil.

Quando eu penso que já vi de tudo, vem o SBT e me surpreende.

E tem o remix bem aqui.

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sexta-feira, abril 13

Qual é o seu grande defeito?


Li isto há pouco num site:

Qual é o seu grande defeito e sua grande qualidade?
Gagliasso: Meu defeito é que às vezes, por ser sincero demais acabo machucando outras pessoas. Outro, é ser perfeccionista. Na escola por exemplo, quando o professor estava explicando a matéria, eu ficava anotando o que ele falava, e até mesmo em rascunho, não deixava de colocar pingo nos "is", e as acentuações sempre corretas.

Sempre achei que responder "sou sincero demais", "sou perfeccionista" e coisas do gênero é tão batido... Deviam avisar ao rapaz. É a maneira mais cara-de-pau de elogiar a si mesmo ou dizer que não tem defeitos. Uma vez eu vi um cantor dizer que seu maior defeito era ser humilde demais.

Mas no caso dele é compreensível. Alguém consegue ver algum defeito ali?

O meu defeito, pelo visto, é ser louro!

Agora, cambiando de assunto. Está na cara que o Gagliasso fez lipo. Alguém duvida? Ficou uma delícia, mas eu preferia ele fofinho e peludinho.

Como se minha opinião fizesse alguma diferença.

Anyway, ele segue ocupando o terceiro lugar no meu ranking pessoal de homens gostosos. Só perde pro Jude Law e para o Chris Evans.


quinta-feira, abril 12

Novo Olhar


Querido diário, ontem conversei com o Felippe.
Estava disposto a chutar o balde. Você sabe como sou. Espaçoso, enjoado, irritadiço. Mas ele apareceu com uma garrafa de vinho e uma caixa com damascos. Wow!
Ponto para ele.
Depois perguntou seu eu queria ir a Itaipava com ele no final de semana. A família dele tem uma pequena chácara na região.
Dois pontos.
Ainda assim, abri o bico. Falei como estava me sentindo. Que não queria cobranças e que não podia perceber que estava sendo conquistado. Ele achou estranho, mas entendeu.
Falei sobre tudo o que escrevi ontem. Ele novamente entendeu.
Ele parece interessado em mim. Ao menos quer investir. Então pensei: Por que não?
A vida segue, portanto. E por enquanto juntos.
#######
Já disse por aqui que sou fotógrafo amador nas horas vagas?
Vamos fazer uma sessão fotográfica no final de semana. Ele topou posar pra mim.
Fiquei animado.
A foto acima é uma auto-retrato.

quarta-feira, abril 11

Crise das Duas Semanas

Ontem a Bárbara veio esteve aqui em casa e ficamos conversando sobre isso(amores, Felippe, Bernardo e independência). Ela falou uma coisa que faz sentido. O que me unia ao Bernardo era justamente a independência que acabou nos separando. Eu não sou um cara dependente de nada e não espero nada cair do céu. A maioria das pessoas não é assim. Têm um ritmo mais desacelerado do que o meu. O Bernardo era mais independente ainda do que eu, e eu admirava isto. Por isso me tornei dependente dele. E no fundo é isto. Eu tenho minha vida particular, eu consigo prover tudo aquilo que preciso para ser feliz, mas eu quero compartilhar minhas coisas e não ser eternamente provedor. Eu sou carente, oras!

Veja o caso do Felippe. Ele é novo, está correndo atrás das coisas dele. Mas é normal que ocorra o seguinte: Ele fica sempre na minha casa, acaba fazendo os programas que eu sugiro e, com isto, nada muda para mim. Não é uma relação de troca mútua. Eu sou o fornecedor e ele o consumidor.

Agora estou olhando o Felippe dormindo na minha cama.

De bruços, sem roupa. Nem um lençol.

Ele é um gatinho. Pernas grossas peludas e bunda durinha.

Ele tem uma penugem ralinha que cobre o corpo todo e ao menor toque fica todo arrepiado. Um tesão.

Parece um retrato em preto e branco dormindo serenamente.

Um perfume suave e delicioso.

Mas anteontem me chamou de "amor". Tenho medo disto.

Ontem a noite veio numa de discutir a relação. Sabe aquele papo de "E aí? Estamos ou não estamos?". Mais medo.

Às vezes no meio da noite tenho vontade de mandar ele embora. Não sei o porquê disto.

Estou arrumando a bagunça da mini-reforma do apê e resolvi guardar as coisas que são do Bernardo e a foto dele também foi pra gaveta.

Mas ainda sinto como se estivesse entregando a outro o espaço que eu prometi guardar pra ele(Bernardo). Sabe aquela coisa de conquista do espaço? Pois é.

O Bê conquistou.

O Felippe já demonstrou que não vai conquistar o dele. Ele é lindo, boa gente, mas falta algo. Algo que me faça admirá-lo mais do que a um simples amigo. Algo que eu não tenha a oferecer e do qual me sinta extremamente carente a ponto de sentir necessidade ao entrar em contato. Sei lá... Sabe alguma coisa diferente? Não sei explicar ao certo o que é.

Tem mais. É muito criança, pouco vivido. Às vezes o admiro pela inocência, mas em outras fico irritado pela obviedade e pelos aforismos infantis.

Na segunda-feira ele soltou um "Tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas".

Pequeno Príncipe nesta altura da minha vida só consegue me brochar. Pode parecer bobagem minha, mas isso foi um balde de gelo na minha cabeça.

Tsc.

Já vi que não vai passar desta semana.


UPDATE

Essa coisa de blog é fantástica. No começo eu não tinha nada a dizer. Mas sentia que tinha coisas a colocar pra fora. Com o tempo percebi que eram coisas passageiras e que só podiam ser escritas no momento exato em que eu vivia. Então passei a escrever para mim mesmo, como quem escreve um diário.

Agora fico esperando ansioso o que vão comentar sobre as coisas que escrevo. Nossa, que carência! E agora eu tenho Internet no trabalho. Fudeu...

E os posts ficaram mais longos. Não sei como vocês aturam isto, hehehe.

Isso aqui vicia hein...

terça-feira, abril 10

Transparência, e não liberdade...

Uma discussão começou-se a formar em outro blog que conheci esta semana(Crônicas de Mr. Hyde, o escondido) e resolvi trazê-la para cá em forma de post. Na verdade a idéia de falar sobre isto é fruto também de algo que passa despercebido a mim por tratar-se de uma característica minha tão natural como minhas despenteadas madeixas louras. volta e meia algum passante deixa um comentário dizendo que admira minha liberdade ou meu estilo de vida(!) seja lá o que isso for(eu nem sabia que tinha um). Eu não chamo de liberdade. Liberdade não me interessa muito. Explico o porquê abaixo.

Liberdade todos temos. Todos, brasileiros, temos. De norte a sul do país, nas cidades ou nos grotões do interior, todos temos. É um dos poucos direitos constitucionais que funcionam, ainda que com restrições impostas por situações como a violência urbana só para citar um exemplo. Mas somos livres. Portanto eu chamo "transparência" àquilo que dizem ser liberdade.

Sempre fui livre. Nasci assim e até que eu transgrida alguma lei que me cerceie a liberdade, permanecerei livre. E por isto mesmo optei por ser transparente. Tive a liberdade para fazer isto. Todos temos. O que ocorre é que a grande maioria não o fazem. E dentre estes, a maior parte por pura covardia. Simples assim? É. Mas nem sempre eu soube disto. E penei, penei...

Por parte de pai, sou filho de diplomatas. Por parte de mãe, uma corja de generais. Todos muito católicos do tipo que fazem doações generosas para construção de igrejas. Eu recebi a formação rígida dada a mim por meus pais. E até os 18 anos eu segui os padrões que tentavam me impôr.

Nesta época eu comecei a ficar rapazinho e queria sair para as baladas e numa destas eu conheci um menino de Copacabana que queria namorar comigo. Vivi cerca de três meses como um refugiado dentro da minha própria vida até perceber que não ia dar conta de ser dois-em-um. Foi então que um amigo mais velho me falou o mesmo discurso que prego hoje: Não seja covarde, Mantler! Seja você mesmo. Nunca mais esquecerei destas palavras do Miguel. Fui até meu pai e contei que era gay.

Sem me alongar, já que isto é um post e não minha auto-biografia: Os cinco anos que seguiram-se foram como os de um soldado em plena guerra. Eu apanhei do meu pai inúmeras vezes, sendo que duas vezes eu fui a delegacia e fiz até corpo de delito. Foram momentos de total descontrole, mas aconteceram e não poderia deixar por isso mesmo. Três vezes eu fui colocado pra fora de casa. Passei três meses com uma amiga em Santa Teresa e oito meses em Icaraí, Niterói com um colega de faculdade. Vivendo de favor! Sempre voltava pra casa depois de muitos pedidos emocionados da minha mãe, mas os problemas continuavam. Interrompi a faculdade por dois anos por conta da depressão. Mas, como bom soldado, não fugi dos meus objetivos. Eu não lutava pela minha liberdade. Livre eu já era. Sabia disto e sabia que tinha o amparo da lei. Eu lutava pelo direito de ser eu mesmo.

Não recebo um real sequer dos meus pais desde os dezoito anos, quando fui trabalhar no atendimento telefônico da Credicard, na Rua da Assembleia. Ganhava o suficiente para dividir um kitnet no flamengo com um colega de faculdade. E foi o que fiz depois de alguns meses morando de favor. Eu passei cinco anos sem comprar um tênis novo. O que eu tinha no começo da faculdade eu usei durante todo o transcorrer dela. Tenho até hoje como um troféu. Porra, eu choro quando lembro, merda! Mas eu me tornei o que sou neste período. Virei homem cara! Quando voltei pra casa aos 23 anos, tinha pai e mãe chorando arrependidos. Eu ouvi deles elogios ao meu caráter e ao meu modo de encarar a vida. Ouvi meu pai dizer que gostaria de ser metade do homem que eu sou. Nunca vou me esquecer daquele tempo. Mas repito, eu nem me dava conta disto: Agia como agia por instinto natural. Nunca consegui ser quem eu não era.

Portanto, todo o tipo de crítica que recebo quando defendo minhas idéias vão por água abaixo. Não sou um garotinho mimado ou rebelde sem causa. Não tive pleno apoio da família e só por isto sou "livre". Nada caiu do céu numa baixela de prata para que eu me servisse. Eu sabia quem era e não queria ser um personagem de mim mesmo na maior parte do dia. Não nasci pra ser ator. Ninguém me deu dinheiro para financiar meus ideais. Sou eternamente grato a Bárbara e ao Miguel que me receberam em suas casas e em seus quartos quando eu tive que optar pela rua ou por seguir a cartilha que tentavam me impor. Por terem me dado grana de passagem pra ir a faculdade. Neste período eu conheci todo o tipo de pessoas. Só tinha jeans e camiseta, mas fiz amigos ricos e pobres nesta época. E no fundo eu sabia que eu atraía pela minha autenticidade.

Não tenho mágoa nenhuma desta época. Cicatrizes, muitas. Amo meus pais que depois de muito tempo caíram na real. São tão humanos quanto eu sou. Esta fase das nossas vidas acabou nos aproximando como não imaginávamos. Depois ainda vivi mais dois anos sob o teto deles até ir pra o Humaitá. Deu pra juntar uma grana, deu pra estudar pro concurso, deu pra me equilibrar novamente.

Nestes tempos de Internet, as pessoas têm vivido uma falsa sensação de liberdade. Escondem-se atrás de apelidos para falar de suas mágoas e frustrações, de seus anseios, de seus desejos ocultos. Eu falo da minha vida pra todo mundo. E mostro meu rosto e meu sobrenome. Não é exibicionismo. Acho terapêutico. Gosto de mostrar as pessoas que não basta soltar frases de efeito do tipo "ninguém paga minhas contas". Na verdade, ainda que paguem suas contas, é possível ser autêntico. Refugiar-se na Internet é como tomar o remédio errado. Uma hora as frustrações virão à tona. Ninguém pode ser feliz sem viver a si mesmo. Quem não faz assim é medroso, covarde. Não existe essa história de "Não posso". O que não pode é ser dissimulado, ser um personagem, mentir para as pessoas que você diz amar. Isso é que não pode!

E aí covarde, qual vai ser?

segunda-feira, abril 9

Vitória

Morei durante muitos anos no mesmo Edifício na Rua Prudente de Morais, aonde estou de volta até que termine a reforma do meu apê. E durante muitos anos a síndica do prédio, Dona Vitória, exerceu o seu reinado. Era do tipo quatrocentona e avessa a mudanças. Além de ser extremamente pão-dura. Era quase uma instituição do condomínio. Não fazia nada além do essencial. O prédio parecia até uma repartição pública. Engessado, lento e burocrático. Mas ano após ano, Dona Vitória mantinha-se no cargo.

Até que após se aposentar, há cerca de 10 anos, minha mãe resolveu candidatar-se. Com propostas de reformas nas áreas comuns e na fachada do Edifício e com intensa propaganda individual, mamãe acabou sendo eleita. Desde então, elas que já eram adversárias desde sempre nunca mais se olharam. A velha vivia reclamando das taxas extras, mas é fato que as mudanças propostas pela mamãe mudaram a cara do Edifício que foi totalmente repaginado com ajuda "free" do arquiteto que vos fala. Todos saíram ganhando. Ainda hoje acho que Dona Vitória sentiu mesmo foi ter que pagar condomínio depois de mais de 10 anos sem saber o que era isto.

Dona Vitória era proprietária de um cachorro infeliz. Um poodle fedorento qu nunca saía para passear e volta e meia emitia um uivo de lamento de arrasar corações. Coitado! Ela teve três filhos: Um era doente mental e morreu antes de completar 20 anos. Outro tornou-se padre e vive em Rio Branco(AC). O terceiro já completou 34 anos e é meu xará. Faz a mesma faculdade de história há 12 anos e quando não está em lugares super legais como Sana(RJ) e Lumiar(RJ), está em casa fumando um. Um rapaz de futuro promissor que não tem dinheiro nem pro ônibus!

Dona Vitória usava um daqueles perfumes fortes que velhinhas adoram usar. Todos sabiam quando elea usava o elevador. Uma coisa insuportável. Vai ver por isto o marido dela não suportou e trocou-a por uma mulher com características mais normais há mais de 20 anos. Não há registros de que saiba o que é um homem desde então. E talvez por isto tenha tanta inveja de mim. Certa vez durante uma reunião de mulheres na casa de uma vizinha ela insinuou que minha mãe deveria sentir muito o fato de ter um filho gay. Mamãe não hesitou em mostrar a ela as maravilhas que a coitada havia colocado no mundo. Ah, e nem preciso dizer que o filho padreco é muito meigo.

Ontem quando cheguei de São Paulo com o Felippe eu vi o corpo da Dona Vitória sendo retirado pela portaria. Claro que tenho respeito pelos mortos. Claro que nunca me esquecerei dela. Mas tenho plena certeza de que ela não deixa muitas saudades.

À noite, enquanto eu e meus pais bebíamos olhando a chuva pela janela e lembrávamos das artimanhas da velha vizinha, resolvi escrever sobre ela. Vitória ganhou um post. Um capítulo no livro da minha vida. Ela merece este.

Mas sinceramente, já foi tarde.

quinta-feira, abril 5

Feliz Páscoa


quarta-feira, abril 4

Saco

Detesto comentários preconceituosos. De qualquer tipo. E meu pai me ensinou que toda vez que me sentisse mal em algum ambiente, que me retirasse de maneira elegante.
Foi o que fiz ontem à noite.

Comemoração do aniversário de um amigo do Felippe em Copa. Tudo de ruim: Pessoas assistindo Big Brother no que deveria ser a comemoração de um aniversário. Eu não tenho nada contra a TV, mas acho que para este tipo de programa é melhor ficar em casa. Como alguém vai a casa de outra pessoa, comemorar o aniversário dela e tem a cara-de-pau de pedir pra ligar a TV. Na minha interpretação isso soa como se a TV fosse mais interessante que o anfitrião e seu evento. Que chato!

Fiquei sentado no canto da sala enquanto o Felippe conversava na varanda com uma amiga.

Mais de uma hora, ali. Para piorar, depois do programa acabado, o assunto da noite foi... BBB! Tive que aturar por algum tempo vários comentários fúteis, imbecis, preconceituosos ou desnecessários.

Gente pequena!

Chamei o Felippe no canto e expliquei: - Estou saindo!

Cumprimentei o aniversariante e fui.

Felippe ficou um pouco chateado. Mas eu tenho meus princípios. Tolero todo o tipo de gente: Micareteiros, pessoas que perdem tempo vendo BBB, pessoas que lêem Dan Brown, etc... Mas preconceito, racismo ou pequenez de alma eu não tolero. Meus pais me ensinaram assim e eu sou assim.

Se nós permitirmos certas coisas, o mundo vira um lugar muito ruim em muito pouco tempo. Depois que o Bê foi para Paris(Agora está em Londres), eu demorei 8 meses até conhecer alguém que achei que pudesse namorar. Então depois de duas semanas levei-o para conhecer meus pais e almoçar conosco. Na ocasião, meu irmão e a esposa estavam aqui em casa. No fim do dia ouvi sem querer meus pais comentando que a minha cunhada comentou com meu irmão que achava um absurdo que eu levasse "homens" para a casa dos meus pais. Fiquei muito puto e claro que eu fui tirar satisfações com ela. Primeiro que eu não sou de levar "homens" no plural pra lugar nenhum. Esse indicador de promiscuidade me irrita. Em segundo lugar, estou na casa dos meus pais e se levo alguém ali é porque sei que sou bem recebido e tenho o apoio deles. Eu sempre tive ogeriza dela e desde então não olho nem nos olhos. Pessoazinha minúscula e desnecessária.

Eu nunca deixo de reagir quando algo me incomoda.

Ai, precisava falar isto.

terça-feira, abril 3

MSN

A quem quer que interesse, meu msn: rmantler@hotmail.com.

Aviso entretanto que estou online uma vez na vida e outra na m... bom na morte deve ter coisa mais interessante do que chat's.

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Bernardo

Primeiro de Janeiro de 2002. Eu vinha dirigindo meu Clio(Cara que saudade deste carro!) pela Lagoa quando o idiota da frente freou bruscamente. Apesar da minha agilidade em frear, não pude evitar algum impacto. Desci puto do carro, tão puto que na hora nem reparei que o idiota era um rapaz de 25 anos, musculatura bem torneada, olhos verdes penetrantes e cabelo liso na altura do ombro. Depois de muita discussão, trocamos o telefone para acertarmos o conserto mais tarde. Só quando já estava de volta ao carro, seguindo para o Humaitá onde eu morava(mais saudade!), é que a beleza do rapaz foi mencionada pela Bárbara, amiga desde sempre que estava comigo voltando de uma festa de Reveillón em Copa. Segundo ela, o olhar dele em minha direção aparentava segundas intenções. Naquele dia mesmo ele ligou:

- Ricardo?
- Sim.
- Aqui é o Bernardo, o rapaz que se envolveu com você num acidente de trânsito(juro que ele falou isto!).
- Envolveu-se comigo? Sei... - respondi com certa ironia e humor.
- Ehhh... - sem graça - Pois é, como eu te disse eu não sou chegado a confusão e por isto estou ligando pra que fique tudo acertado entre a gente o mais rápido possível.
- Ok, mas não precisava ser hoje. É feriado e não estou no clima para resolver problemas. Hoje eu quero mesmo é terminar o primeiro dia do ano tomando uma água de côco na Lagoa(eu nem sou oferecido né?).
- Bom, se eu puder te acompanhar nessa água de côco, poderíamos aproveitar e tratar dos problemas também(Quem é mais oferecido?).

Sem enrolar muito: A água de côco viraram taças de martíni e os problemas foram esquecidos após algumas semanas de sexo selvagem e juras de amor eterno.

Quase onze meses depois, com direito a noivos de terninho armani, eu e o bê nos casamos no sítio dos pais deles em Mendes, Estado do Rio. Festa para 150 convidados, com direito a muita dança e bebida a noite toda.

Não sei se um dia eu serei tão feliz como fui naquele dia.

Parênteses: Eu tive muitos problemas com meus pais quando assumi minha sexualidade e ao vê-los ali compartilhando a minha felicidade eu fui ao céu.

Papai e mamãe sempre trataram o Bernardo como um filho e eu me sentia igualmente tratado pela família dele. Eu era uma criança realizada: Tinha uma família adorável e meu namorado era um jovem economista muito gato e inteligente, bem resolvido e com uma família não menos maravilhosa!

Eu poderia ter pedido um pônei para aproveitar que estava sonhando. Porque meu conto-de-fadas era só um conto-de-fadas.

O primeiro ano foi cheio de descobertas e brigas que viravam chacota e acabávamos rindo um do outro. No início de 2004 o Bê começou a ter várias crises pessoais. E claro, tudo era despejado em cima de mim. Ele queria ir para a França fazer um Doutorado e para isso teria que ficar três anos fora. Eu sempre deixei bem claro que meus objetivos profissionais e acadêmicos estavam restritos ao Rio de Janeiro. Não iria deixar minha vida consolidada aqui para acompanhá-lo em sua aventura francesa. A escolha era difícil, mas até hoje eu acho que a melhor escolha era seguir o sonho dele por mais que isso doesse na gente.

Ao invés de simplesmente tomar esta decisão, o Bê começou a querer separar a gente. Até hoje não sei o que foi feito propositalmente ou de maneira inconsciente. Primeiro começou a dormir alguns dias na casa dos pais, alegando sempre que ficou tarde pra voltar pra casa. Depois começou a procurar desculpas para sair sozinho com os amigos. Eu evitava confrontos com ele porque todos estes sinais eram apontados pelo meu analista com quem eu sempre conversava sobre o comportamento do Bê. Então ele passou a beber diariamente, ficava agressivo com qualquer coisa que eu falasse e a me chamar de egoísta e dizer que eu só pensava em mim e que estava farto de ser apenas um satélite, etc, etc...

Eu passei a fazer análise duas vezes por semana.

Em agosto de 2004 eu só chorava o tempo todo. E o Bê fingia que não via e ficava bebendo em frente a TV. Era a mesma coisa todo dia. Chegava da capoeira, ficava fedido a suor e bebida até a madrugada, Só tomava banho e ia deitar depois que eu dormia. Sexo, nem pensar. Só quando rolava aquelas sessões de perdão intermináveis.

E a culpa de tudo era sempre jogada em cima de mim.

Em outubro um amigo e ex-namorado Espanhol de passagem pelo Rio de Janeiro me mandou um e-mail para que nos encontrássemos para um jantar. O clima com o Bê estava muito ruim e eu decidi não convidá-lo para a ocasião. Não tinha segundas intenções com este encontro, talvez por isto mesmo não tenha me dado conta da armadilha em que estava me metendo. Eu simplesmente fui sem dizer aonde eu ia. Mas ele que tinha todas as minhas senhas desde bancárias até as senhas de e-mail, leu aonde estaríamos e foi ao nosso encontro no Bar D'Hôtel. Não fez barraco, mas fez questão de chegar e cumprimentar antes de sair e me deixar com cara de pego no flagrante delito.

Nesta noite depois de muita discussão a gente acabou se batendo mesmo. Como sempre eu chorei muito e acabei indo dormir na minha mãe, que só vendo o corte na minha sombrancelha percebeu que a crise estava grande. Passei uma semana com ela, até que o Bê foi lá me buscar.
Em dezembro ele foi embora. Conversamos e ele admitiu que se sentia preso a uma vida a dois que ele não queria naquele momento e que tudo que eu fazia fosse bom ou ruim estava o irritando porque no inconsciente dele eu era o grande vilão que o prendia.

Ele queria liberdade de viajar, de estudar fora e talvez quisesse viver outros amores.

Nunca mais amou ninguém e nem eu.

Ficou mais um ano no Brasil antes de ir pra Europa. Tivemos muitas recaídas neste período. Passei a acompanhar os treinos da capoeira. A ligar para ele no meio da madrugada. Passamos muitas noites agarrados, sem sexo. Acho que chorei tudo o que podia nesta época. Eu fiz as contas. Fiquei 8 meses sem qualquer contato íntimo com alguém depois do último encontro com o Bê. Por fim, acabei mudando para o Leblon para tentar afastar um pouco o fantasma da minha relação com o Bê.

Hoje eu não choro mais. Nem sofro mais. Mas penso com carinho e saudades todos os dias. E sei que o que me impede de construir outro relacionamento com alguém é a esperança de que um dia vamos ficar juntos de novo. Quando terminar o doutorado, quando ele cansar da Europa, quando... sei lá.

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Ok, agora que acabei de escrever, eu reli todo o texto e deixo a pergunta: Porque a gente tem que sofrer tanto nesta vida?

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Sinceramente, espero que o Felippe leia isto. Quem sabe ele entende o que se passa comigo e resolve ter um pouco de paciência?

Terapêutico

Eu não tenho menor problemas de falar sobre mim mesmo, mesmo sabendo dos riscos da exposição e mesmo sabendo que invariavelmente eu estarei mostrando e percebendo que a minha vida pessoal é abarrotada de clichês que vivo combatendo. Fazer o quê? Eu escrevo aqui porque acho terapêutico.

Passagem das Horas

Esse papo de que com o passar do tempo nós ficamos mais seletivos está mais do que batido.