Recomeço

Depois de dois meses de férias acho que estou pronto para voltar a minha vida cotidiana. A verdade é que a necessidade destas férias deu-se muito mais pela alteração do meu cotidiano do que pela necessidade de descanso. Algumas vezes é preciso parar e adequar-se à novas situações que definitivamente fazem parte da sua vida.

Quase um mês na Europa fez com que eu tivesse certeza do que sempre desconfiei. Apesar de majestosa e atraente, a Europa não tem nada a ver comigo. Meu lugar é aqui mesmo. Desde que eu tenha bufunfa para me pirulitar para aquelas bandas de vez em quando, claro.

Na minha mala trouxe, além de algumas bugigangas, um corte de dez centímetros na cabeça que teve de ser raspada(máquina zero), fruto de uma queda no banheiro do hotel em Roma, a certeza de que Viana do Castelo é o lugar onde eu gostaria de ter nascido e vivido toda a minha vida, e meu eterno namorado Bernardo decidido a não voltar para a Espanha, não por saudades de mim ou daqui, mas por não ter mais condições de se bancar por lá.

Não sei se é bom ou ruim, mas a verdade é que a presença dele aqui em casa alterou profundamente minha rotina. Aliás, minha rotina deixou de ser rotineira. Sabe-se lá até quando... Como em todo recomeço, tudo são flores até que os espinhos começam a espetar. E já começaram.

Tenho muita coisa pra dizer, acumulada em dois meses de afastamento, mas vou em doses homeopáticas pra não cansar ninguém. Hoje quero apenas dizer uma coisa bem feia que eu adoro dizer: Como é bom ter dinheiro o suficiente para comprar quem você quiser.

É isso.